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Os altos e baixos do SEO em maio de 2025

  • Foto do escritor: Juliana Melo
    Juliana Melo
  • 16 de jun.
  • 16 min de leitura

IA no centro, buscas instáveis e um lembrete valioso: entender o comportamento do usuário nunca foi tão decisivo. Enquanto a inteligência artificial ganha espaço e a busca muda de comportamento, categorias como Esportes e Streaming cresceram surfando a onda da sazonalidade. 



Highlights


  • AI Mode liberado nos EUA: a busca vira conversa e ganha cara de chatbot.

  • Botão “shuffle” nos AI Overviews começa a aparecer em testes.

  • Google Discover teve falhas no Brasil, ainda sem resposta oficial.

  • Google testa seção de discussões direto nas SERPs, reforçando a busca por interações e insights mais humanos.



Imagem em IA com o nome Os Altos e Baixos do SEO


Nas redes, na TV, nos debates acadêmicos, nas reuniões de negócios e até nas mesas de bar: em todos os lugares, todo mundo só comenta sobre ela. Sim, é claro que estamos falando sobre a IA (de novo!).


Pois é, o assunto do momento marcou presença no nosso último Relatório de Altos e Baixos e em outros dos nossos conteúdos recentes. E ele vai aparecer mais uma vez aqui, nesta edição que você está lendo. Afinal, as inteligências artificiais protagonizaram muitas das novidades que mais balançaram o mundo do SEO ao longo do mês de maio.


Mas não foi só isso que acelerou os corações dos webmasters e especialistas em otimização nas últimas semanas: os destaques de maio também incluem polêmicas sobre o Google Discover e até testes de recursos de busca que podem desbancar fóruns como o Reddit.


Bateu a curiosidade? Então pode continuar a leitura. No nosso novo Relatório de Altos e Baixos, a gente vai falar sobre tudo isso e muito mais. Também vamos analisar de perto o cenário recente da web brasileira para entender quais nichos e domínios mais ganharam (e perderam) visibilidade ao longo de maio.


Prepare-se para descobrir:




Panorama: principais acontecimentos recentes do mundo das pesquisas


Ao longo do último mês, muitos especialistas em SEO observaram variações bruscas e inesperadas nos rankings de resultados da Pesquisa Google. 


Esse estado de volatilidade – que acontece quando os posicionamentos dos sites nas buscas estão instáveis – esteve presente durante boa parte de maio. Mas os picos de instabilidade mais notáveis se concentraram na janela do dia 10 ao 15, e depois no período entre os dias 19 a 22.


Gráfico de volatilidade do google feito do SerpStat

Gráfico de volatilidade dos rankings da Pesquisa Google na plataforma SERPStat (dados globais)


Print Google de volatilidade do Google pela Cognitive SEO

Gráfico de volatilidade dos rankings da Pesquisa Google na plataforma CognitiveSEO (dados globais)



Ao contrário do que aconteceu nos meses anteriores, as “pequenas tempestades” que atingiram as SERPs em maio não parecem ter explicações evidentes, ou, pelo menos, nenhuma confirmada pelo Google. 


Os picos de volatilidade registrados em março e abril foram interpretados como efeitos naturais do primeiro core update de 2025, uma das muitas atualizações regulares que modificam os algoritmos do buscador de tempos em tempos. Dessa vez, entretanto, a instabilidade das páginas de resultados deixou muitos webmasters e proprietários de sites “no escuro”.


A verdade é que as SERPs sempre estiveram muito sujeitas a flutuações. Acompanhar as mudanças no posicionamento dos sites é parte do dia a dia de quem trabalha com SEO. Mas é possível que os episódios de volatilidade registrados nos últimos meses estejam ligados às diversas transformações que a Pesquisa Google vem atravessando desde o ano passado.


Não tem pra onde fugir: as buscas estão mudando cada vez mais rapidamente. E um dos fatores que têm influenciado essa onda de novidades sucessivas é a expansão das inteligências artificiais. A gente até publicou recentemente um apanhado completo sobre o assunto, o Guia de Updates de IA no Google.


Em maio de 2025, esse fenômeno continuou a se desenrolar: foi o mês de lançamento oficial do AI Mode “aberto ao público” nos Estados Unidos.


💡A gente explica: o AI Mode é o novo recurso de pesquisa impulsionado por inteligência artificial do Google. Graças ao poderoso Gemini 2.5, ele é capaz de destrinchar solicitações multicamadas complexas e oferecer respostas elaboradas aos usuários. 


Em outras palavras, ele consegue atender a pesquisas cheias de nuances, variáveis e detalhes. Tudo isso em uma interface que lembra um chatbot, pensada para estimular interações de ar mais conversacional.


Um bom exemplo aparece nesse vídeo de demonstração que o Google fez para apresentar o AI Mode:



É uma solicitação na qual o usuário pede “coisas para fazer em Nashville com os amigos nesse fim de semana, nós adoramos comida e música, mas também curtimos outros rolês tranquilos e gostamos de explorar lugares pouco conhecidos” (tradução livre).


Não é difícil perceber como essa pesquisa é diferente das buscas “tradicionais”, né?


Antes disponibilizado como experimento eletivo (apenas para quem se inscrevia no Google Labs), o AI Mode agora pode ser acessado por todos os usuários estadunidenses em uma aba exclusiva na interface de pesquisa. Tudo indica que ele deve chegar a outros países nos próximos meses, incluindo o Brasil.


Aliás, a busca generativa que nós já conhecemos também está recebendo modificações: os AI Overviews (também chamados de Visão Geral Criada por IA) vêm passando por testes que incluem um novo botão de “Shuffle”. Esse elemento experimental parece servir para “embaralhar” os resultados exibidos pelos AI Overviews, alterando o conteúdo do resumo generativo sempre que o usuário clica no botão. 


Ainda não há pronunciamentos oficiais do Google sobre os testes, mas eles já foram “flagrados” por alguns usuários. Em seu perfil do X, Vijay Chauhan – especialista em SEO da AllEvents – fez uma publicação que mostra a presença do recurso:


Print IA Overview com informações, mapa e fotos de um clube de praia

Diante de tantas mudanças ligadas às inteligências artificiais, o Google finalmente endereçou algumas das preocupações da comunidade global de SEO em sua documentação. Em maio, foram lançados três novos materiais com diretrizes e recomendações para os webmasters e proprietários de sites:


  1. Guia Recursos de IA e seu site;

  2. Dicas sobre o que fazer para que o seu conteúdo tenha um bom desempenho nos recursos de IA da Pesquisa Google;

  3. Orientações e boas práticas para usar conteúdo criado por IA no seu site.


Além de “IA, IA e mais IA”, aqui estão os resumos express sobre alguns dos outros temas, acontecimentos e novidades que agitaram o mundo do SEO no último mês:


Discover “quebrado” no Brasil


Logo no início de maio, webmasters brasileiros apontaram inconsistências no funcionamento do Google Discover. Além de sugerir conteúdos irrelevantes e incoerentes para muitos usuários, o recurso parou de veicular páginas de portais que eram exibidos com frequência nos cards. 


Foi como se alguns sites tivessem sido “barrados” sem motivo aparente, gerando frustração entre conteudistas e especialistas em SEO, como mostra a matéria do Search Engine Roundtable. O Google não se pronunciou sobre o problema.


Discussões no Google


Na Era das IAs, muitos usuários têm buscado especificamente por conteúdos feitos por indivíduos (e não por máquinas). Os “insights humanos de verdade” estão ganhando uma nova importância. Para muitos usuários, isso significa simplesmente adicionar termos como “reddit” ou “x” ao final das palavras-chave de pesquisa. 


Mas… e se você pudesse acompanhar as discussões sobre os assuntos que te interessam sem sair da interface de busca do Google? Essa é a ideia por trás do recurso batizado como “Discussions”, que está em fase de testes. Ele deve criar espaços de interação nas próprias páginas de resultados, áreas nas quais os usuários podem publicar comentários e trocar opiniões sobre o tema pesquisado.


Confira alguns dos registros compartilhados por Glenn Gabe, especialista em SEO da G-Squared Interactive, em uma publicação do X:


Print de um snipet do Google com informações sobre jogos das NBA

Como este relatório é construído?


Tudo começa com os dados do Semrush, mais especificamente o relatório de variação de tráfego orgânico por domínio. A métrica usada aqui é a estimativa de tráfego, que não representa acessos reais, mas é uma boa bússola para identificar tendências e movimentos relevantes nas buscas.


Depois, entra a inteligência artificial. Dois modelos atuam juntos: um faz a categorização dos sites por nicho, e o outro revisa automaticamente essa etapa, garantindo mais consistência.


Na sequência, nossa equipe faz uma curadoria para focar nos domínios mais relevantes, aqueles que ajudam a contar uma história sobre o momento atual da busca. A variação mensal (MoM) é o recorte principal, mas usamos comparações ano a ano (YoY) quando fazem sentido.


E, claro, os dados não vivem sozinhos. Este relatório cruza métricas com contexto: atualizações do Google, sazonalidades, mudanças de comportamento e tudo mais que influencia o tráfego orgânico.


O objetivo é simples: transformar dados em leitura estratégica, porque no SEO, interpretar com profundidade vale mais do que apenas observar variações.


Categorias vencedoras da web brasileira


No Brasil, algumas categorias de sites conseguiram fechar o mês com um pouco mais de visibilidade. São elas que recebem o título de vencedoras aqui no Relatório de Altos e Baixos.


A seguir, você confere a lista das categorias que registraram ganhos mais significativos nos números de tráfego orgânico desde o nosso levantamento anterior:



Notícias e Mídia


Dando continuidade a uma tendência que apontamos no nosso relatório anterior, a categoria Notícias e Mídia se destacou novamente nas análises de tráfego.


Top 5: domínios da categoria Notícias e Mídia que mais ganharam tráfego 



Não, você não entendeu errado: a maioria dos portais que aparecem no ranking de domínios mais relevantes do nicho registrou números negativos. Dessa vez, o grande responsável por “carregar” o sucesso da categoria foi o portal Globo.


Isso provavelmente foi possível graças ao poder da autoridade, que a gente até explicou na nossa análise de abril. Pertencente ao maior conglomerado de mídia e comunicação da América Latina, o domínio globo.com não está apenas associado a uma marca bem estabelecida que é uma velha conhecida dos brasileiros. Ele também é visto como referência na veiculação de notícias e conteúdos informativos sobre uma vasta gama de assuntos.


Em outras palavras, o portal Globo continua tirando nota 10 em matéria de EEAT (Experience, Expertise, Authoritativeness and Trustworthiness), sigla que representa 4 dos pilares mais importantes das Diretrizes de Avaliação de Qualidade da Pesquisa Google. Eles podem ser traduzidos como “Experiência, Especialidade, Autoridade e Confiabilidade”.


De maneira simplificada, esse documento de diretrizes é usado como base pelos avaliadores da Pesquisa Google na hora de definir se os algoritmos de classificação de resultados estão funcionando como deveriam. Na prática, isso significa que os fatores EEAT expressam alguns dos aspectos mais importantes que fazem um site se sair bem nas buscas.


O Globo, assim como outros grandes portais de notícias generalistas, conseguiu se estabelecer como uma autoridade confiável e experiente em vários temas e nichos diferentes. É um site que acumula “pontos de autoridade” em diversas frentes ao mesmo tempo.


Mais uma vez, a análise da categoria de Notícias e Mídia prova que: 


  1. Um único portal pode se consolidar como especialista em mais de um tópico (e extrair resultados excelentes dessa diversificação), desde que tenha estrutura, experiência e conteúdos de qualidade reconhecida; 

  2. Trabalhar os fatores EEAT é algo extremamente importante para o sucesso das estratégias de SEO.


Mas, então, o que esta análise traz de novo em relação ao nicho Notícias e Mídia?


Dessa vez, é interessante observar que uma boa parte do aumento de tráfego conquistado pelo site campeão veio dos conteúdos sobre esportes. O portal tem até um subdomínio exclusivo para esse tema, o ge.globo.com


Acontece que o mês de maio tende a ser agitado no mundo esportivo: eventos como campeonatos de futebol famosos impulsionam o interesse sazonal do público. Muita gente quer ficar por dentro das novidades sobre os times e acompanhar informações sobre as partidas.


E como a gente explicou no primeiro case publicado no Blog da Wesearch, a sazonalidade é um catalisador poderosíssimo para quem sabe aproveitar. É o que aconteceu em maio com o portal Globo, que tem uma estrutura sólida, um espaço especialmente voltado para conteúdos esportivos, muitas páginas com informações relevantes sobre o tema e boas doses de EEAT. É o combo perfeito para usar os picos sazonais a favor da visibilidade.


Esse também é um bom caso de estudo para analisar a contribuição dos subdomínios na otimização de sites generalistas. Embora a existência de domínios secundários (como o ge.globo.com) não gere ganhos por si só, esse tipo de divisão pode ajudar os portais a trabalharem a construção da autoridade em diferentes nichos.


Por fim, vale mencionar que o globo.com não foi o único beneficiado pelos fenômenos sazonais que acabamos de apresentar. O “hype” do universo esportivo também está por trás do sucesso da categoria Esportes, que aparece em terceiro lugar no ranking de nichos vencedores.


Resumindo: no último mês, muitos sites conseguiram aproveitar a sazonalidade dos assuntos ligados aos esportes para atrair mais tráfego e marcar vários gols no jogo do SEO (com o perdão do trocadilho).


Apostas


Já ouviu aquelas expressões do tipo “falem bem ou falem mal, desde que falem de mim”?


Então, talvez elas ajudem a entender o aumento de visibilidade que a categoria Apostas registrou ao longo das últimas semanas.


Top 5: domínios da categoria Apostas que mais ganharam tráfego



Pois é, parece até meio contraditório: quase todo mundo está por dentro das polêmicas recentes ligadas à atuação das plataformas de apostas online (as famosas “bets”) no Brasil. Maio foi um mês marcado por muitas movimentações relevantes na CPI das Bets, uma comissão parlamentar criada para investigar os impactos das apostas online na sociedade brasileira. 


As investigações – que têm sido acompanhadas de perto pela imprensa – trouxeram à tona muitas problemáticas relacionadas às bets, colocando as plataformas desse nicho sob “holofotes negativos”. Mas, então, por que será que várias delas vêm conquistando mais acessos?


Bem, pode ser porque holofotes negativos ainda são holofotes


Em outras palavras, é possível que a popularidade das discussões acerca da regulamentação das bets tenha despertado a curiosidade do público, levando os usuários a acessarem os sites de apostas, por mais que isso soe contraintuitivo. O envolvimento de figuras públicas famosas (como grandes influenciadores digitais) na CPI das Bets pode ter impulsionado ainda mais o alcance do tema.


Outra hipótese interessante é a de que o ganho de tráfego registrado pelas plataformas de apostas pode estar ligado aos mesmos movimentos sazonais que mencionamos antes: o grande número de campeonatos esportivos que se desenrolaram em maio.


É que a divulgação das bets no Brasil sempre esteve fortemente baseada no universo esportivo. Muitos clubes e eventos desse nicho têm parcerias de publicidade com os grandes sites de apostas: nas partidas de futebol, por exemplo, é supercomum se deparar com peças de marketing e outras ações de divulgação patrocinadas por essas plataformas.


Se os usuários estão assistindo a muitos jogos, é natural que acabem consumindo mais desses materiais de patrocínio (e acessando os espaços de apostas online). Como resultado, a visibilidade das bets tende a crescer quando os campeonatos estão em alta.


TV, Filmes e Streaming


Outra categoria que ganhou força na web brasileira recentemente foi a de TV, Filmes e Streaming, que inclui portais como o AdoroCinema e o famoso IMDB.


Top 5: domínios da categoria TV, Filmes e Streaming que mais ganharam tráfego



Aqui, mais uma vez, tudo indica que a sazonalidade teve uma influência significativa nos resultados: muitos dos portais que apareceram no ranking de domínios vencedores têm a ver com cinema.


E, como talvez você já esteja sabendo, as últimas semanas estiveram repletas de novidades ligadas à indústria do entretenimento cinematográfico. Isso inclui os lançamentos de novos títulos pertencentes a franquias globalmente aclamadas, como Lilo & Stitch e Karate Kid: Lendas


Os lançamentos de maio foram acompanhados por trabalhos de divulgação muito intensos, encabeçados por algumas das maiores empresas de Hollywood. 


Estamos falando de investimentos nível Disney em ações de publicidade online e offline voltadas para todos os tipos de canais e mídias: só no Brasil, a “marca do Mickey” fechou parcerias com nomes como C&A, Riachuelo, Havaianas, Mercado Livre e Amazon para divulgar o live action Lilo & Stitch, sem falar na participação de famosos como o atleta Gabriel Medina e a atriz Larissa Manoela.


As estratégias de mídia das gigantes cinematográficas que lançaram títulos em maio também incluem a mobilização de influenciadores digitais, páginas famosas nas redes, perfis especializados em reviews de filmes etc. O resultado é que esses lançamentos estão em todos os cantos: nos outdoors, dentro das lojas de departamento, na TV, nas plataformas de e-commerce, nos feeds…


Isso cria jornadas do usuário que conduzem as pessoas até sites de cinema em várias etapas: o indivíduo vê um cartaz ou uma reportagem sobre o novo filme e depois recebe diversos conteúdos sobre ele (reviews, vídeos de curiosidades etc), até que passa a ter interesse em saber mais sobre a produção e decide comprar os ingressos.


É aí que os sites da categoria TV, Filmes e Streaming ganham acessos.


Esse é um ótimo exemplo de como uma estratégia de marketing multicanal coordenada e baseada no comportamento do público pode ser poderosa para impulsionar o SEO. Muitas vezes, o sucesso dos sites começa fora das páginas web, com a criação de jornadas estratégicas que incluem múltiplos pontos de contato. 


Categorias perdedoras


A onda de sazonalidade promissora que impulsionou muitos sites em maio não chegou para todo mundo.


Alguns nichos da web brasileira registraram quedas na visibilidade orgânica e entraram para a nossa lista de categorias perdedoras da vez. Confira, abaixo, a variação que esses segmentos tiveram no tráfego orgânico:



Redes Sociais e Comunidades Online


Contrariando a tendência que observamos em alguns dos nossos relatórios anteriores, a categoria Redes Sociais e Comunidades Online – que vinha apresentando crescimento em levantamentos anteriores – fechou o mês de maio no vermelho em termos de tráfego total.


Top 5: domínios da categoria Redes Sociais e Comunidades Online que mais perderam tráfego



No caso do domínio twitter.com, antigo endereço da rede que passou por um rebranding em 2023, a queda era esperada: na verdade, ele nem deveria aparecer mais nas SERPs, já que as páginas da rede são redirecionadas para o novo domínio, x.com


Boa parte do tráfego obtido pelo domínio “aposentado” vem dos snippets de Carrossel exibidos nas páginas de resultados. Esse recurso de visualização aprimorada reúne cards que mostram prévias das postagens:


Print do snippet do Google com um carrossel  de informações sobre o Corinthians no X

De abril para maio, muitas das SERPs que contêm esse tipo de snippet já deixaram de exibir o endereço twitter.com e passaram para o mais atualizado x.com. Portanto, a queda de tráfego do domínio antigo é um efeito natural e esperado, que deve continuar acontecendo nos próximos meses.


No caso do Instagram, que vinha percorrendo uma trajetória de ascensão nos últimos meses, a queda de visibilidade provavelmente está ligada à instabilidade das SERPs. Isso porque a rede social – assim como várias outras – depende inteiramente do UGC (conteúdo criado por usuários). Portanto, o tráfego conquistado a partir das pesquisas geralmente vem dos perfis oficiais que aparecem entre os resultados quando alguém busca por uma marca específica ou das imagens exibidas nos snippets de mídia, por exemplo.


Na prática, isso significa que o potencial de tráfego do Instagram é afetado por qualquer mínima mudança nas SERPs. Se as páginas de resultados exibem menos imagens em um determinado mês, isso é suficiente para que a visibilidade orgânica da rede sofra impactos negativos.


Além disso, os resultados em vídeo ganharam muita tração na Pesquisa Google ao longo dos últimos anos, o que pode deixar o Instagram em desfalque. Apesar da existência de recursos como os reels, as imagens ainda são as mídias majoritárias da rede.


E, falando em vídeos… outro site grande que perdeu tráfego em maio foi o YouTube. Até pouco tempo atrás, o maior portal de compartilhamento de vídeos do mundo era praticamente a única fonte exibida nos resultados de vídeo das SERPs. Hoje, entretanto, esses resultados estão mais diversificados, incluindo mídias de várias outras plataformas, como redes sociais diferentes e até sites menores que hospedam os próprios vídeos.


A quebra da hegemonia do YouTube nas SERPs vem sendo observada desde 2018 e é um possível reflexo da evolução da Pesquisa Google. Mas as quedas de visibilidade recentes parecem indicar que o portal também tem sido atingido pela mudança no comportamento dos usuários: hoje em dia, vídeos curtos e conteúdos rápidos (no estilo popularizado pelo TikTok) são mais apreciados pelo grande público do que os formatos mais “tradicionais” de mídia audiovisual.


Materiais de Referência


A categoria Materiais de Referência inclui muitos sites que costumavam fazer sucesso nos navegadores dos brasileiros, como os portais Wikipedia e Sinônimos. Mas os dados de performance de maio indicam que esses clássicos da web podem estar perdendo relevância.


Top 5: domínios da categoria Materiais de Referência que mais perderam tráfego



O nicho é provavelmente a maior “vítima” das transformações nas buscas e das tendências comportamentais ligadas à ascensão das IAs (olha elas aí de novo). 


Não é difícil entender como a nova cara das SERPs atinge os conteúdos de Materiais de Referência: se a resposta aparece nas próprias páginas de resultados, os usuários não se sentem estimulados a acessar os sites. 


Esse fenômeno não é exatamente novo: ele começou com o surgimento dos recursos de pesquisa aprimorada do Google, como rich snippets, featured snippets e knowledge graphs. Faz tempo que as pessoas não precisam mais acessar artigos informativos ou páginas de sites do tipo “dicionário virtual” para entender significados de palavras ou definições de conceitos, por exemplo. 


Como mostram os prints abaixo, a interface de pesquisa tem elementos que exibem diretamente na SERP as informações tiradas dos sites classificados como Materiais de Referência. Naturalmente, esses sites tendem a receber menos cliques.


Print do snippet das informações sobre cabotagem na página de resultados

Mas esse efeito vem se intensificando ainda mais desde o surgimento do AI Overviews.  Com os novos resumos generativos, os usuários têm acesso a explicações mais elaboradas e detalhadas sem que precisem clicar em nenhum resultado.


Se antes as pessoas buscavam artigos da Wikipedia para explorar a fundo as definições exibidas nas SERPs, agora basta ler o texto gerado pela IA do Google, que já traz os conteúdos de maneira “mastigada”. Isso sem falar nos novos hábitos de pesquisa dos usuários: muita gente recorre a sistemas como o famoso ChatGPT para resolver dúvidas e buscar explicações didáticas.


Em resumo, tudo indica que os Materiais de Referência tendem a perder cada vez mais espaço na web do futuro!


Clima


Assim como o nicho Notícias e Mídia, a categoria Clima entrou na lista de destaques do nosso relatório por influência de um único domínio.


Nesse caso, foi o portal Clima Tempo o maior responsável pelo título de “categoria perdedora”.


Top 5: domínios da categoria Clima que mais perderam tráfego



Antes de mais nada, vale mencionar que a queda de visibilidade dos sites focados em previsões meteorológicas também é um fenômeno que vem sendo observado há algum tempo. De forma similar ao que acontece com os Materiais de Referência, os portais de Clima têm perdido tração desde que o Google passou a exibir informações diretamente na SERP de maneira mais incisiva.


Basta pesquisar por “clima em [nome da sua cidade]” para entender do que estamos falando. Aqui está um exemplo: 


Print de informações sobre o clima na página de resultados do Google

Com a busca generativa e a popularização de outras ferramentas de IA, portais como o Clima Tempo passaram a competir contra sistemas sofisticados, que exploram dados meteorológicos de diversas fontes e compilam os resultados em respostas geradas em poucos segundos. Dá pra dizer que a concorrência está puxada.


Além disso, para os sites dessa natureza, o trabalho de otimização pode ter uma camada extra de complexidade. Afinal, eles precisam de estratégias fortemente focadas em regionalização para que os conteúdos sejam relevantes para os usuários. Uma pessoa de Curitiba dificilmente vai se interessar pelo clima de Miami, por exemplo.


Por isso, o sucesso do SEO nesses casos depende de uma estrutura muito bem elaborada e de uma quantidade robusta de conteúdo (capaz de abranger muitas cidades).


Conclusão


Dessa vez, o Relatório de Altos e Baixos provou algo que os especialistas em otimização já sabem: muitas vezes, as variações na performance dos sites têm tudo a ver com fatores externos.


Quem conhece profundamente os interesses e as expectativas do público consegue aproveitar grandes acontecimentos, como campeonatos de futebol ou marcos sociopolíticos, a favor da visibilidade orgânica. Acompanhar de perto os temas que mobilizam a sua audiência pode ser a chave para otimizar o seu site de acordo com essas demandas, entregar exatamente o que os usuários buscam e ganhar relevância nas pesquisas.


Essa é a magia (ou melhor, a ciência) da sazonalidade no SEO.


Quer entender como os aspectos sazonais têm afetado o seu site e descobrir o que você pode fazer para abraçar as oportunidades de otimização? A gente te ajuda! 


Com a consultoria de SEO da Wesearch, o portal da sua empresa ganha estratégias exclusivas, com apoio direto de um time de especialistas e relatórios de monitoramento bem mais detalhados do que este que você acabou de ler (mas 100% focados na sua marca, é claro!). Para saber mais, é só entrar em contato com a nossa equipe.


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