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Os altos e baixos do SEO em abril de 2025

  • Foto do escritor: Juliana Melo
    Juliana Melo
  • há 58 minutos
  • 16 min de leitura

Expansão das IAs faz os usuários buscarem insights “humanos”, alavancando o crescimento de fóruns e redes sociais. A importância da autoridade e dos fatores EEAT pode beneficiar os grandes portais generalistas e prejudicar sites focados em nichos específicos, como esporte e ciência.


Imagem em IA de uma tela com gráficos e o nome OS ALTOS E BAIXOS DO SEO  logo antes da barra de pesquisa do Google

Volatilidade pós-update, novidades da Pesquisa Google e, é claro, a polêmica presença das IAs: isso é só um resumo do que aconteceu no universo das pesquisas web ao longo das últimas semanas.


Desde o nosso levantamento passado, muitos webmasters e proprietários de sites vêm falando sobre os possíveis efeitos da primeira grande atualização oficial realizada pelo Google em 2025 – o core update de março –.


Mas esse está longe de ser o único desafio que os especialistas em otimização estão enfrentando na busca pela tão cobiçada visibilidade orgânica: o avanço acelerado das tecnologias de inteligência artificial (IA) tem transformado a forma como os usuários se relacionam com os buscadores – e exigido cada vez mais “jogo de cintura” de quem deseja se destacar por meio das pesquisas –.


E o que será que isso significa na prática? Como todas essas mudanças vêm afetando os usuários, as estratégias de SEO e a performance dos sites?


É isso que você vai descobrir agora, no novo Relatório de Altos e Baixos Wesearch. Pode continuar por aqui se quiser entender tudo que movimentou a comunidade global de SEO recentemente! Você também vai conferir as análises exclusivas dos nossos especialistas sobre os nichos da web brasileira que mais ganharam (e perderam) força nas últimas semanas.


Vem conferir:




Glossário rápido de SEO: conheça alguns conceitos importantes


Tem muita coisa interessante no Relatório de Altos e Baixos de hoje… mas para aproveitar tudo que as nossas análises têm para oferecer, é importante que você saiba exatamente do que estamos falando.


Por isso, preparamos um pequeno glossário de SEO que pode te ajudar a entender alguns termos e conceitos essenciais que vão aparecer bastante por aqui. Confere aí:


  • SERP: SERP é a sigla para Search Engine Result Page – em português, “página de resultados de mecanismo de busca” –. Portanto, as SERPs são aquelas listas de hiperlinks que você vê quando faz uma pesquisa em um buscador como o Google.


  • Volatilidade: os resultados exibidos nas SERPs mudam de posição o tempo todo. Quanto mais alta está a volatilidade, mais rápidas e imprevisíveis são essas mudanças. Então dá para dizer que a volatilidade é como o nível de instabilidade da classificação dos resultados.


  • Crawlers: também chamados de spiders (“aranhas”), os crawlers são programas rastreadores. Esses bots viajam pela internet “pulando” de uma página para outra, desbravando os conteúdos dos sites e analisando as informações. Os Googlebots – crawlers do Google – são os responsáveis por descobrir novas páginas e entendê-las. É só depois desse rastreamento que as páginas podem ser indexadas (registradas no banco de dados do buscador) e exibidas nas SERPs.


  • AI Overviews: AI Overviews são resumos gerados por inteligência artificial que aparecem no topo das SERPs em algumas buscas feitas no Google. A ideia é sintetizar as principais informações sobre o tema pesquisado e oferecer respostas rápidas para os usuários. Os AI Overviews são exibidos acima dos resultados orgânicos e patrocinados. No Brasil, o recurso recebe o nome de “Visão geral criada por IA”.


Panorama: o que rolou no mundo das buscas nas últimas semanas?


Ao longo do último mês, especialistas em SEO do mundo todo passaram por momentos de tensão graças a mais uma das atualizações principais do Google.


O core update de março de 2025 aconteceu entre os dias 13 ao 27 do terceiro mês do ano, mas seus efeitos se estenderam por uma parte de abril: as posições dos resultados nas SERPs do maior buscador do mundo estiveram sujeitas a flutuações instáveis que deixaram muitos webmasters e proprietários de sites em estado de alerta.


Como mostram os gráficos, as ferramentas de monitoramento registraram alguns picos moderados de volatilidade na primeira e na última semanas do mês, e outros entre os dias 16 e 20 de abril.


Print com gráfico de volatilidade em abril, da SERPStat

Termômetro de volatilidade das buscas na plataforma SERPStat (dados globais)


Gráfico com ranking de volatilidade da Cognitive SEO

Gráfico de volatilidade dos rankings da Pesquisa Google na plataforma CognitiveSEO (dados globais)



Em geral, esses movimentos não são exatamente inesperados – as atualizações principais do Google sempre trazem períodos de incerteza para o ranqueamento de resultados –.


Aliás, dá até para dizer que o core update de março e seus efeitos ficaram em segundo plano nos debates da comunidade de SEO ao longo do último mês. É que o assunto da vez, sem dúvidas, é a controversa presença das inteligências artificiais na Pesquisa Google.


Em março, o Google deu continuidade à jornada de expansão dos AI Overviews: o recurso que mostra resumos automáticos nas SERPs tem aparecido em um número cada vez maior de pesquisas. 


Mas a grande novidade é que os AI Overviews agora podem conter links que levam os usuários a novas buscas no Google – em vez de direcioná-los para os sites que serviram como fontes para os resumos –.


É o que aparece nessa postagem do X feita por Lily Ray, vice-presidente e líder de estratégia da Amsive. 


A especialista compartilhou um print que mostra um resumo criado pela IA da Pesquisa Google, com destaque para os 31 hiperlinks presentes no texto… e afirmou que todos eles levam a outras SERPs. 


Print do Google mostrando a IA Overview dando uma resposta  sobre cortidcóides, com vários links para outras pesquisas

Ao clicar na palavra “skin conditions”, por exemplo, o usuário seria direcionado para uma nova busca com essa palavra-chave (e, provavelmente, se depararia com mais um resumo automático).


Como é de se imaginar, a tendência é que essa nova possibilidade intensifique ainda mais a tendência das zero click searches (“buscas sem clique”). Afinal, por que acessar um site se todas as respostas parecem estar disponíveis nas próprias páginas de resultados?


De acordo com um porta-voz do Google, o objetivo da novidade é “ajudar as pessoas a explorarem tópicos com mais facilidade e a descobrirem sites relevantes” (tradução livre). Por enquanto, o recurso está disponível nos Estados Unidos – e deve chegar por aqui em breve –.


Para muitos webmasters, a afirmação da companhia pode parecer contraditória: uma jornada de pesquisa que leva os usuários de uma página de resultados para outra (todas cheias de informações “zero click”) não é a forma mais lógica de incentivar a descoberta de novos sites.


Aliás, o pessoal do portal Search Engine Land recentemente publicou novos dados sobre o impacto negativo do AI Overviews nas taxas de cliques dos resultados orgânicos. A matéria, que se baseia em levantamento realizados pela Amsive e pela Ahrefs, mostra que a presença dos resumos automáticos faz com que os sites tenham, em média, 15.49% menos cliques. Essa queda pode chegar a 37% em casos mais específicos.


Mas o avanço da IA na Pesquisa Google não para por aí. Nos Estado Unidos, o buscador vem testando um recurso de pesquisa multimodal baseado em inteligência artificial.


A nova ferramenta do AI Mode está disponível de forma eletiva na plataforma do Google Labs. Com ela, os usuários podem fazer buscas complexas misturando mídia e texto – é possível tirar uma foto ou fazer o upload de uma imagem e perguntar algo sobre ela para o Google, por exemplo –. 


Enquanto essas novas fases da pesquisa impulsionada por IA não chegam até nós, os proprietários de sites brasileiros têm outras coisas com as quais se preocupar. A seguir, a gente te mostra em detalhes os nichos e domínios que mais ganharam força no Brasil desde o nosso último relatório – e quais saíram perdendo –.


Como é feita esta análise?

Antes de mergulhar nos dados brutos, tem algo que vale ser destacado: a forma como a gente categoriza os sites neste relatório faz toda a diferença.

Tudo começa com a base de dados do Semrush, mais especificamente o relatório de ganhadores e perdedores por domínio. O foco principal aqui é o tráfego estimado – ou seja, um número que não representa os acessos reais, mas funciona como uma boa métrica correlacionada para observar tendências e mudanças de comportamento nas buscas.

Depois disso, entra em cena a inteligência artificial. Cada domínio é avaliado por um modelo de IA que faz a categorização inicial e, em seguida, validado por outro modelo – um “segundo par de olhos” automatizado que ajuda a garantir mais consistência no processo. Isso nos permite organizar os dados por nichos e enxergar além das variações individuais: conseguimos identificar movimentos mais amplos, padrões e possíveis sinais do que está por vir.

Para deixar o processo mais ágil sem comprometer a qualidade da leitura, a gente também faz um filtro para focar nos domínios mais relevantes – aqueles que, de fato, ajudam a contar uma história sobre o cenário atual das buscas. E, embora a análise priorize a variação mensal (MoM), também temos estrutura para comparar os dados ano a ano (YoY), sempre que for necessário.

No fim das contas, nosso objetivo é simples: transformar números em contexto. Porque no mundo do SEO, olhar para os dados certos com a lente certa faz toda a diferença.

É isso que transforma dados em inteligência.


Categorias vencedoras da web brasileira


Na “corrida do ouro” da visibilidade orgânica, alguns nichos da web brasileira conseguiram se destacar positivamente ao longo do último mês.


Essas são as categorias de sites que nós chamamos de “vencedoras” – ou seja, os segmentos que mais conquistaram tráfego orgânico segundo o nosso levantamento de dados –.


Confira abaixo o ranking dos nichos que registraram um crescimento significativo desde a última edição do nosso Relatório de Altos e Baixos (com base no aumento do tráfego orgânico total):


  1. News and Media: + 3,31%

  2. Social Networks and Online Communities: + 0,90%

  3. Publishing and Printing: + 2,45%

  4. Adult: + 0,16%

  5. TV Movies and Streaming: + 0,32%


A seguir, a gente fala um pouco mais sobre as duas primeiras colocadas do ranking de categorias vencedoras da web brasileira.


News and Media


Composta principalmente por sites de notícias e portais jornalísticos, a categoria News and Media se destacou com um aumento de tráfego orgânico de 3,31% no nosso levantamento mais recente.


A seguir, você confere a lista dos principais sites do nicho junto com o percentual de share de cada um. 


Aqui, vale uma explicação: o que chamamos de share é a parcela de contribuição que o domínio teve para o crescimento total da categoria. Exemplo: o portal globo.com foi responsável por 59,25% do aumento de tráfego registrado para o nicho News and Media. Já o uol.com.br teve uma participação de 23,62% nesse crescimento, e assim por diante.


Top 5: domínios da categoria News and Media que mais ganharam tráfego (e share de cada um no crescimento total do nicho)

  • globo.com: 59,25% 

  • uol.com.br: 23,62% 

  • em.com.br: 9,35% 

  • cnnbrasil.com.br: 8,01%

  • msn.com: 3,26%


É fácil entender um dos motivos por trás desses dados de sucesso: a categoria News and Media sempre se beneficia bastante do interesse sazonal do usuário.


O fator autoridade também tem uma influência importante nesses números – perceba que o top 5 dos domínios ganhadores está cheio de portais grandes e reconhecidos, como CNN, UOL e Globo –. Aliás, não é segredo que a autoridade é um dos aspectos que mais pesam na classificação dos resultados do Google.


Aqui, cabe uma breve explicação sobre o que esse conceito significa no SEO. Pense assim: quando você está procurando recomendações de serviços ou produtos, quais tipos de opiniões e conteúdos mais influenciam a sua decisão?


Se o seu objetivo for comprar um celular novo, por exemplo, você provavelmente vai buscar indicações de modelos e marcas com pessoas nas quais você confia e que pareçam entender alguma coisa do assunto. Talvez você também vá atrás de opiniões mais técnicas – como as de um especialista em tecnologia que é reconhecido pela experiência sólida na área –.


Mas por que as recomendações dessas pessoas têm mais “peso” do que as dicas de um desconhecido que você encontrou uma vez na fila da padaria, por exemplo?


É simples: porque elas têm autoridade. Na internet, não é muito diferente: quanto mais confiável e bem estabelecido um site é, mais ele acumula “pontos de autoridade”. Domínios com autoridade alta se tornam referências em seus nichos. Por isso, eles ganham mais força nas buscas.


Esse é o caso de portais como UOL e Globo, por exemplo. São sites generalistas, que veiculam conteúdos sobre variados assuntos e conseguem se posicionar como referências especializadas e confiáveis em todos eles.


Em termos de SEO, isso significa que muitos dos domínios vencedores da categoria News and Media conseguem gerar autoridade em diversos tópicos. Isso reforça a alegação do Google de que abordar assuntos muito diversificados não é necessariamente prejudicial para a performance dos sites – desde que os conteúdos sejam relevantes, confiáveis e de alta qualidade – .


No caso da categoria News and Media, a combinação entre interesse sazonal e autoridade dos domínios é um boost para a visibilidade orgânica mostrada pelos dados.


Social Networks and Online Communities 


Assim como a categoria News and Media, o nicho Social Networks and Online Communities também tendem a atrair bastante tráfego por causa do interesse sazonal dos usuários. Afinal, muita gente utiliza redes sociais e fóruns – como o Facebook, o Reddit e o X (antigo Twitter) – para ficar por dentro dos assuntos que estão em alta.


Top 5: domínios da categoria Social Networks and Online Communities que mais ganharam tráfego (e share de cada um no crescimento total do nicho)

  • twitter.com: 94,54%

  • x.com: 9,79%

  • reddit.com: 2,19%

  • facebook.com: 1,14%

  • webogram.com: 0,20%  


Mas a ascensão dessas plataformas focadas na interação e no UGC (conteúdo gerado por usuários) não é novidade. Na verdade, é uma tendência que vem se fortalecendo cada vez mais desde o ano passado.


E isso provavelmente também tem a ver com elas: as polêmicas IAs.


Alguns especialistas argumentam que o boom dos conteúdos gerados por inteligências artificiais tem feito com que muitas pessoas procurem especificamente por opiniões humanas reais quando pesquisam na web. Na prática, isso significa adicionar termos como “reddit” ou “twitter” no final das palavras-chave usadas nas pesquisas.


É o que afirma Rob Gaige, Diretor de Insights Globais do Reddit, ao falar sobre o crescimento contínuo do tráfego orgânico captado pelo famoso portal de fóruns. Em entrevista para o Marketing Brew, Gaige explicou: “as pessoas estão ficando cansadas de algoritmos, de conteúdo gerado por IA e coisas assim. Nós [do Reddit] oferecemos a elas uma plataforma humana de verdade, um espaço onde podem se conectar com outras pessoas” (tradução livre).


E o próprio algoritmo de classificação do Google parece acompanhar esse movimento: no nosso Relatório de Altos e Baixos anterior, nós mostramos que as SERPs do buscador estão cada vez mais cheias de páginas de redes sociais e comunidades digitais.


Portanto, até aqui, os dados da categoria Social Networks and Online Communities indicam a continuidade de um movimento conhecido. 


Em relação ao nicho, o que mais chamou a nossa atenção no levantamento deste mês foi o curioso crescimento do domínio “twitter.com”, pertencente à conhecida rede social que passou por um rebranding radical no ano passado – e deixou de se chamar “Twitter” para virar “X” –.


Naturalmente, todas as URLs ligadas ao antigo domínio passaram a ser redirecionadas para o domínio “x.com”. Diante disso, o que explica a posição do domínio twitter.com no topo da lista de vencedores da categoria?


Bem, parece que a relevância que o domínio twitter.com tinha para os mecanismos do Google ainda não foi superada pela “nova” rede. 


Além disso, a maioria das páginas redirecionadas para o domínio x.com utilizam o redirect 302, um tipo de redirecionamento temporário. Quando isso acontece, o Google entende que a necessidade de redirecionar os usuários de uma URL para outra é passageira – ou seja, ele considera que o endereço antigo pode voltar a ser usado no futuro –.


O redirecionamento 301, por outro lado, é considerado permanente: além de enviar os visitantes da antiga URL para a nova de maneira definitiva, ele também transfere a autoridade e a reputação acumuladas pelo endereço anterior para o endereço de destino.


Resumindo: o movimento de transição do Twitter para o X possivelmente seria mais rápido se o redirect 301 fosse priorizado. Até agora, o “finado” twitter.com permanece captando mais tráfego do que o novo domínio.


Mas, é claro, vale lembrar que o sucesso de uma migração de domínio vai muito além dos redirecionamentos. É um processo que exige atenção a muitos outros fatores importantes, como ajustes nos arquivos .xml, atualização das informações submetidas no Google Search Console, preparação da infraestrutura do site e boas doses de testagem.


Categorias perdedoras


Nosso levantamento também mostrou que alguns sites registraram perdas relevantes nos números de performance recentes.


No Brasil, as categorias “perdedoras” da vez – segmentos da web que enfrentaram uma queda no tráfego orgânico ao longo das últimas semanas – são:


  • Science and Education: - 4,74%

  • Sports: - 3,99%

  • Arts and Entertainment: - 4,34%

  • Agriculture: - 33,89%

  • Weather: - 1,84%


Quer saber mais sobre o que influenciou o desempenho das duas categorias que mais perderam visibilidade? Então confira nossa análise abaixo!


Science and Education


Sites oficiais de universidades, portais meteorológicos e blogs dedicados a conteúdos didáticos para estudantes do primeiro grau são apenas alguns exemplos de sites que compõem a categoria Science and Education. 


Isso mostra que uma das características mais marcantes do nicho é a diversidade: os portais que se encaixam nele podem ser de muitos tipos.


Ranking: domínios da categoria Science and Education que mais perderam tráfego (e share de cada um na queda total do nicho)

  • inmet.gov.br: 92,70%

  • oc.eco.br: 11,95%

  • todamateria.com.br: 7,06%

  • climaesociedade.org: 6,57%

  • ufopa.edu.br: 2,07%


Essa variedade de conteúdos faz com que os sites da categoria Science and Education frequentemente precisem competir com portais maiores e mais renomados que pertencem a outras categorias.


Uma busca sobre os eventos climáticos que aconteceram recentemente em uma cidade, por exemplo, tende a retornar muitos resultados de portais jornalísticos reconhecidos – como notícias veiculadas no UOL ou no Globo –. 


Como esses domínios têm muita relevância acumulada, eles tendem a sair na frente de sites como o do Observatório do Clima (que pertence à categoria Science and Education). Apesar de ser confiável e especializado, o portal do OC não tem tantos “pontos de autoridade” quanto o site de um grande veículo de comunicação como a CNN, por exemplo.


É aquele fenômeno que já mencionamos: alguns portais generalistas conseguem se tornar referências em várias áreas diferentes. Eles tendem a ganhar autoridade em diversas frentes ao mesmo tempo, o que pode dificultar a visibilidade dos sites que focam em temas mais específicos.


Além disso, muitos sites da categoria Science and Education deixam a desejar na otimização: boa parte deles não faz uso dos dados estruturados, elementos de código que ajudam os algoritmos dos buscadores a entenderem os conteúdos e exibirem as páginas nos recursos de pesquisa aprimorada.


Também é comum que os portais do nicho utilizem arquivos mal otimizados em seus conteúdos. Pesquisas e artigos científicos em formato de PDF, por exemplo, não costumam ser explorados de forma eficiente. Esses materiais podem ser indexados pelo Google, mas precisam ser estruturados da maneira correta. A preocupação estratégica com o formato de imagens, vídeos, infográficos e outros recursos de mídia também é rara dentro da categoria.


Por fim, um grande número de sites do nicho Science and Education veiculam conteúdos informativos que se baseiam em explicações bem objetivas, como definições de conceitos técnicos, significados de palavras, listas de sintomas etc.


Só que tudo isso pode ser encontrado pelos usuários sem que eles precisem clicar nos resultados das SERPs. Um bom exemplo é a página de resultados do Google para a pesquisa “o que é reciclagem”:


Print de uma resposta do IA Overview  sobre o que é reciclagem
Print da continuação da pesquisa sobre reciclagem, com a SERP mostrando informações diferentes como imagens e áudio descritivo


Perceba que a própria SERP traz uma grande variedade de informações sobre o tema pesquisado. Quadros informativos, verbetes de dicionário, trechos em destaque, respostas da seção “as pessoas também perguntam” e, agora, os resumos de Visão geral criada por IA: tudo isso aparece antes dos resultados orgânicos.


Esses recursos muitas vezes entregam as respostas que os usuários buscam de forma praticamente instantânea, desencorajando o clique. Para os sites de Science and Education – que já eram bastante atingidos pelo fenômeno de “zero click searches” –, os elementos de busca aprimorada das SERPs tendem a prejudicar cada vez mais as taxas de cliques e o tráfego orgânico.


Sports


Outro nicho que perdeu fôlego nas buscas desde o nosso último levantamento foi o de Sports, composto principalmente por veículos de notícias esportivas, sites de times e portais dedicados a modalidades específicas (como o futebol).


Abaixo, você confere a lista dos sites do nicho Sports que registraram perdas mais significativas, junto com o percentual de participação de cada domínio na queda total da categoria. 


Ranking: domínios da categoria Sports que mais perderam tráfego (e share de cada um no declínio do nicho)

  • trivela.com.br: 31,67%

  • vamofutebol.com: 29,00%

  • espn.com.br: 21,31%

  • colunadofla.com: 14,01%

  • 365scores.com: 12,54%


Aqui, tudo indica que a categoria Sports tem passado por algo similar ao que acontece com a categoria Science and Education: para muitas buscas ligadas ao mundo esportivo, as primeiras posições das SERPs são especialmente competitivas por causa dos grandes portais generalistas.


Os dados mostram que muitos sites abrangentes e renomados têm uma porcentagem considerável de seu tráfego originado a partir de conteúdos sobre esportes. Esses portais vêm ganhando tração e, consequentemente, captando os acessos dos usuários que pesquisam sobre o assunto. 


Esse movimento reforça a importância de um conceito que já é velho conhecido de quem trabalha com SEO: a ideia de EEAT (Experience, Expertise, Authoritativeness and Trustworthiness). Ela sintetiza quatro aspectos que são considerados pontos-chave nas Diretrizes de Avaliação de Qualidade da Pesquisa Google


As diretrizes servem para orientar os avaliadores de pesquisa, pessoas que analisam os resultados da Pesquisa Google para decidir se os algoritmos de classificação estão fazendo um bom trabalho – ou seja, se os conteúdos exibidos nas primeiras posições das SERPs são os mais relevantes e úteis para os usuários –.


Embora os fatores EEAT (que podem ser traduzidos como “Experiência, Especialidade, Autoridade e Confiabilidade”) não influenciem diretamente a classificação dos resultados das SERPs, o Google tende a priorizar sites que se saem muito bem nesses quatro pilares.


Na prática, isso significa que os grandes portais generalistas que mencionamos várias vezes por aqui saem na vantagem porque entregam conteúdos baseados em vozes experientes e especializadas nos assuntos abordados. Ao mesmo tempo, pertencem a veículos de comunicação considerados confiáveis na visão dos usuários e reconhecidos pela posição de autoridade.


Em outras palavras, quando dois sites estão competindo pelas primeiras posições de uma SERP, o domínio que tiver mais EEAT tende a sair na frente – mesmo que o nível de qualidade dos conteúdos seja parecido –.


Como já mencionamos, a atenção aos fatores EEAT sempre foi importante. Mas, nos últimos tempos, tudo indica que esses aspectos têm exercido um peso cada vez mais significativo na performance dos sites. É um cenário que levanta uma reflexão intrigante: até onde um bom conteúdo consegue chegar “por si só”?


Conclusão


Esta edição do Relatório de Ganhos e Perdas é um lembrete de que o mundo do SEO está sempre mudando. Não dá para negar que a missão de conquistar visibilidade por meio das buscas está cada vez mais complexa. 


A “Era das IAs” trouxe desafios inéditos para webmasters, proprietários de sites e estrategistas de conteúdo: como criar páginas genuinamente enriquecedoras e atrativas para as pessoas quando as próprias SERPs exibem versões “digeridas” das respostas que os usuários buscam? O que fazer para preservar a originalidade dos conteúdos em um tempo no qual tudo vira material de treino para os grandes modelos de linguagem?


Os domínios que mencionamos aqui, no nosso ranking de vencedores, podem ter algo a ensinar sobre isso. Os portais Globo e UOL são exemplos de sites bem-sucedidos que bloqueiam a atividade dos crawlers de IA, como Google Extended e GPTBot, programas rastreadores que usam os conteúdos das páginas web para aprimorar as inteligências artificiais.


Assim, essas grandes marcas evitam que seus conteúdos sejam utilizados no treinamento dos modelos de IA. As páginas ainda aparecem nos snippets das buscas e podem ser creditadas como fontes dos resumos automáticos do AI Overviews, mas a propriedade intelectual ganha uma camada extra de proteção.


Ao mesmo tempo, o trabalho de SEO técnico ganha mais um papel importante: controlar os processos de rastreamento dos sites e identificar possíveis brechas – algo especialmente importante para preservar conteúdos sensíveis, exclusivos ou com direitos autorais –.


E se você quiser garantir o crescimento do seu site mesmo diante de todas essas transformações, a gente te ajuda!


Com a consultoria de SEO da Wesearch, você tem acesso a auditorias de SEO técnico com reports regulares, estratégia de otimização personalizada e análises bem mais detalhadas do que esta que você acabou de ler… mas 100% focadas no seu negócio. Para saber mais sobre como enfrentar os novos desafios da web, é só mandar uma mensagem pro nosso time!


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