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Google AI Overview e o futuro do SEO: como se adaptar à nova realidade das buscas

  • Foto do escritor: Juliana Melo
    Juliana Melo
  • 7 de ago.
  • 19 min de leitura

O Google AI Overview já se tornou parte da experiência de buscar na web, trazendo transformações grandiosas para a jornada de pesquisa e para o trabalho de otimização. No mundo do SEO, a “virada de chave” envolve a necessidade de rever métricas e adaptar estratégias.


Highlights

  • A era do AI Overview intensifica o fenômeno "zero-click", mas os cliques que chegam ao site tendem a ser mais qualificados.

  • A jornada do usuário se centraliza na SERP, exigindo que as marcas busquem novas formas de gerar visibilidade.

  • Mensurar o sucesso no SEO agora vai além do CTR, focando em métricas como visibilidade no AI Overview e qualidade do tráfego.

  • Para se destacar, é preciso reforçar os fundamentos de SEO, criar conteúdo de alta qualidade e focar em construir autoridade e confiança.



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Já se deparou com aquele aviso de “Visão geral criada por IA” durante as suas pesquisas no Google?


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Pois é, boa parte dos usuários do maior site de buscas do mundo não estranha mais a presença dos AI Overviews nas páginas de resultados. Desde que o recurso começou a aparecer com mais frequência nas pesquisas, muita coisa vem mudando (muito rápido!).


Com resumos automáticos cada vez mais robustos e poderosos, a ferramenta de busca generativa do Google chegou para transformar a web que conhecíamos antes. Além de mudar a própria experiência de pesquisa, ela também trouxe uma nova camada de complexidade para o trabalho de SEO.


Agora, quase tudo nos sites precisa ser pensado para viabilizar a comunicação com as IAs; as primeiras posições do ranking de resultados orgânicos deixaram de ser os espaços de maior destaque nas SERPs; as métricas “clássicas” já não têm o mesmo valor estratégico no monitoramento…


Mas o que fazer diante de tudo isso? Quais são os dados mais recentes sobre o impacto do Google AI Overviews na performance dos sites? E a “pergunta de um milhão de dólares”: como adaptar as estratégias de otimização para ter sucesso na era das IAs?


Ah! E se você quer mergulhar ainda mais fundo na relação entre IA e estratégias de otimização, vale também conferir o nosso guia completo sobre IA e SEO, que aprofunda as mudanças mais recentes no comportamento das buscas e nos critérios de ranqueamento.


Neste conteúdo, você vai ver:





A evolução do Google AI Overview: entendendo a base e as novas capacidades


Os AI Overviews foram anunciados oficialmente em maio de 2024, durante a conferência Google I/O, poucas horas depois da OpenAI divulgar uma nova versão do ChatGPT, o chatbot mais famoso do mundo.


Coincidência? Claro que não! 


O timing curioso é uma prova de um fenômeno que você provavelmente já verificou no seu dia a dia: todos os gigantes do mundo tech estão se esforçando para não ficar para trás na grande “Corrida das IAs”.


É por isso que as inteligências artificiais fazem parte de praticamente todas as experiências digitais hoje em dia. As tecnologias generativas estão nos provedores de e-mail, nos aplicativos de mensagens instantâneas, nas redes sociais… e, é claro, nas buscas. É um cenário que vem transformando profundamente o modo como as pessoas comunicam, compartilham, procuram e consomem informações.


Mas qual é o papel do Google AI Overviews nessa revolução tecnológica? A seguir, você descobre um pouco mais sobre a jornada de evolução e expansão da ferramenta.


O que é o Google AI Overview? Uma visão geral atualizada


O Google AI Overviews (ou simplesmente AIO) é uma funcionalidade que utiliza inteligência artificial para gerar resumos instantâneos que aparecem nas páginas de resultados das pesquisas. Essas respostas automáticas funcionam como “apanhados” das principais informações sobre o tema pesquisado pelo usuário.


Print do resumo automático respondendo o que é inteligência artificial

Sucessor do antigo SGE (Search Generative Experience), o AI Overviews funciona por meio de um poderoso sistema que navega pelas páginas existentes na web para encontrar dados relevantes para a pesquisa em questão. Assim, os usuários recebem respostas objetivas, baseadas em diferentes fontes e exibidas diretamente na página de resultados de busca (também chamada de SERP).


Nas palavras do próprio Google, a maior proposta do recurso de busca generativa é “eliminar o trabalho de pesquisa”. Isso é possível graças a uma aplicação customizada do Gemini, o LLM (modelo de linguagem em larga escala) do Google. 


Desde o lançamento, o AI Overviews vem sendo aprimorado continuamente a partir das experiências reais dos usuários. O refinamento da ferramenta também acompanha a evolução do próprio Gemini: em março de 2025, a mente por trás dos resumos automáticos ganhou um “upgrade” com a chegada da versão 2.0 da IA.


Graças a essas atualizações constantes, as buscas generativas têm ficado cada vez mais eficientes na resolução de problemas complicados, incluindo tarefas de programação, cálculo avançado e solicitações multimodais (consultas que misturam texto e mídia). Isso significa que as respostas de Visão geral criada por IA – nome que o AI Overviews recebeu aqui no Brasil – estão se tornando mais complexas e aprofundadas ao longo do tempo.


Um dos grandes diferenciais que a evolução do AI Overviews trouxe para os usuários é o aprimoramento na capacidade de raciocínio multietapas. Isso significa que a inteligência artificial é capaz de analisar cada “pedaço” da palavra-chave consultada. Assim, ela consegue entregar respostas úteis até nos casos de buscas que envolvem nuances, variáveis e comparações detalhadas. 


Sabe aquelas pesquisas que têm “várias perguntas dentro de uma pergunta”? Então, o raciocínio multietapas do Gemini é pensado para atender a esse tipo de desafio. Um bom exemplo é o AI Overview exibido para a busca “o que fazer em Belo Horizonte em uma semana com crianças”:



Print do resumo automático mostrando roteiro completo sobre o que fazer em BH com crianças


Perceba que, com a busca generativa, o usuário tem acesso a uma resposta detalhada que considera todas as variáveis mencionadas na solicitação, sem precisar clicar em nenhum link. 


Em vez de apresentar apenas uma lista de páginas com conteúdos sobre “o que fazer em BH com crianças”, a SERP entrega um roteiro completo, com sugestões organizadas de acordo com a limitação de tempo determinada na pesquisa.

 

Esse potencial de compreensão impressionante também abrange as solicitações multimodais, isto é, buscas que unem informações textuais e de mídia (como imagens). No exemplo abaixo, a pesquisa é feita com a ajuda do Google Lens e inclui uma pergunta sobre a imagem fornecida.



Print do resumo automático identificando uma imagem na busca e trazendo as informações sobre o produto


Essa é uma excelente demonstração das múltiplas “habilidades” do AI Overviews quando o assunto é fornecer respostas assertivas para consultas complexas. No exemplo do print, o recurso de busca generativa mostra que o Gemini consegue identificar as informações visuais do arquivo de imagem, relacioná-las com as palavras-chave pesquisadas e gerar respostas de cunho comparativo considerando as especificações exigidas pelo usuário.


AI Overviews em expansão: presença e tipos de respostas


Desde o lançamento, o recurso de pesquisa impulsionada por IA do Google segue em uma trajetória de expansão acelerada. Segundo a análise da Ahrefs, a presença da busca generativa nos Estados Unidos aumentou em 116% só entre março e maio de 2025. Impressionante, né?


Um outro estudo insights sobre o AI Overview também da Ahrefs, mostrou que os AI overviews já aparecem em 12,8% de todas as buscas feitas mensalmente (dados globais, coletados em junho de 2025). O mesmo levantamento mostra que os resumos automáticos aparecem principalmente nas buscas de natureza informacional. Esse tipo de pesquisa concentra mais de 90% das “aparições” de AI Overviews.


Além de aparecer em um número cada vez maior de consultas, a Visão geral criada por IA também tem avançado no que diz respeito à diversidade de formatos de resposta e à riqueza de informações presentes nos resumos. Agora, o recurso entrega muito mais do que “textinhos curtos”: ele pode exibir mídias, instruções tipo “passo a passo”, listas de tópicos, sugestões de links e mais uma grande variedade de conteúdos diferentes.


É o caso da resposta que aparece no exemplo abaixo. O resumo automático gerado para a busca “como usar nebulizador” inclui mídias, um parágrafo de síntese com as principais informações e uma sequência de orientações divididas em etapas.



Print do resumo automático sobre como usar um nebulizador, com imagens de uma criança usando o equipamento

Print do resumo AI Overview mostrando as etapas detalhadas de como usar o nebulizador

Graças à integração dos AI Overviews com outros produtos Google, as respostas automáticas funcionam como um verdadeiro hub de informações interligadas. Isso significa que os resumos generativos usam os dados provenientes dessas diferentes plataformas para:


  • Comparar e recomendar opções de compra, além de sugerir alternativas de produtos com base no histórico do usuário e nas informações do Google Shopping;

  • Facilitar o planejamento de viagens por meio da integração com o Google Flights e o Google Hotels;

  • Agregar informações em tempo real sobre locais e percursos com base no Google Maps.


Impactos diretos e indiretos do AI Overview no SEO e na jornada do usuário


A expansão dos AI Overviews vem revolucionando profundamente o modo como os usuários se relacionam com os conteúdos da web. Não é exagero afirmar que a própria essência da experiência de pesquisa mudou (e o trabalho de SEO mudou junto com ela).


A “corrida do ouro” da visibilidade orgânica está cheia de novos desafios e possibilidades: o que antes era uma competição por posições no ranking de resultados, agora inclui a disputa por espaços de destaque nos resumos generativos. Isso sem falar na necessidade de rever o uso de métricas “clássicas” – como o famoso CTR – no monitoramento dos resultados.


Mas, na prática, o que se sabe sobre os reais impactos da busca generativa na performance dos sites? Quais são as transformações mais relevantes para quem investe em SEO?


A seguir, exploramos alguns desses pontos de atenção essenciais.


O fenômeno "Zero-Click Search" intensificado e a queda do CTR


O conceito de "Zero-Click Search" (ou “buscas sem clique") não é exatamente novo. Ele diz respeito àquelas pesquisas nas quais o usuário encontra a resposta que deseja diretamente na SERP, sem que precise clicar em nenhum link de resultado orgânico. 


Como você provavelmente sabe, isso já acontecia muito antes do surgimento dos AI Overviews. Recursos de busca aprimorada, como featured snippets e painéis de conhecimento, também exibiam informações na página de resultados e surtiam o efeito de “desencorajar” os cliques.


Acontece que os resumos generativos elevaram esse fenômeno a um novo patamar. Graças às respostas automáticas detalhadas e integradas, eles muitas vezes suprem as demandas informacionais dos usuários na própria SERP, mesmo no caso de buscas complexas. 


Também vale mencionar que a Visão geral criada por IA sempre aparece antes dos demais resultados (patrocinados e orgânicos). Portanto, ela acaba empurrando esses resultados para baixo e eles se tornam menos visíveis, com exceção dos links que aparecem como referências na lista de fontes exibidas ao lado do resumo.


A consequência de tudo isso? Uma queda significativa na taxa de cliques (também chamada de Click-Through Rate, ou CTR) dos sites exibidos nas SERPs.


Um estudo da GrowthSRC Media revelou que a expansão dos AI Overviews trouxe um declínio de 17.92% no CTR médio dos sites que ocupam as 5 primeiras posições das páginas de resultados. Isso impacta diretamente o número de acessos das páginas e o tráfego orgânico total dos portais.


Ilustração em IA de uma página do Google desenhada com várias imagens de snippet de receitas

Curiosamente, o mesmo levantamento indica que o cenário é diferente para os sites classificados entre o 6º e o 10º lugar dos rankings de resultados orgânicos. Nas SERPs analisadas, as páginas exibidas nessas posições ganharam cliques com o avanço da busca generativa, registrando um aumento de 30.63% no CTR médio.


Não, você não entendeu errado: os efeitos negativos dos AI Overviews sobre as taxas de cliques são mais significativos para quem está nas 5 primeiras posições das SERPs.


Embora pareça contraintuitiva, essa relação sugere mais uma possível mudança nas tendências comportamentais dos usuários: tudo indica que muita gente pode estar passando direto pelos resumos automáticos para priorizar os resultados orgânicos que aparecem mais para o final da página. 


Afinal, a busca generativa vem ganhando cada vez mais popularidade… mas ela ainda não caiu nos gostos de todo mundo. Uma boa parte dos usuários ainda dá preferência à “busca old school”, provavelmente por acreditar que essa é a melhor forma de encontrar informações originais e confiáveis.


Isso quebra a ideia de que os AI Overviews são intrinsecamente prejudiciais para a performance web dos sites. O real entendimento dos impactos concretos que essas transformações trazem para as estratégias de SEO depende de análises mais aprofundadas e cheias de nuances.


Qualidade dos cliques vs. quantidade: uma nova perspectiva


Desde o lançamento do AI Overviews, a comunidade global de SEO segue movimentada (pra dizer o mínimo!). 


Muitos proprietários de sites e especialistas em otimização têm compartilhado observações, experiências e estudos sobre como a busca generativa “bagunçou” o desempenho das páginas. No primeiro semestre de 2025, os levantamentos feitos pela Amsive e pela Ahrefs ganharam destaque ao evidenciar a tendência de queda nas taxas de cliques. Antes deles, a análise da Seer Interactive já tinha apontado para conclusões similares.


Mas os materiais oficiais do Google trazem uma perspectiva um pouco diferente. No guia sobre AI Overviews e AI Mode, publicação lançada em maio de 2025, a companhia afirma que uma das vantagens da busca generativa é a melhoria na qualidade dos cliques recebidos pelos sites. 


“Com os AI Overviews, as pessoas estão visitando uma diversidade maior de sites para obter ajuda com questões mais complexas. E quando as pessoas clicam em resultados orgânicos nas SERPs que incluem AI Overviews, esses cliques são de maior qualidade. Os usuários tendem a passar mais tempo nos sites acessados, porque nós fizemos um bom trabalho em encontrar as informações e os websites ideais para eles.”


– Trecho do material AI Overviews and AI Mode in Search. Tradução livre.


Esse é o mesmo ponto de vista que Sundar Pichai – CEO do Google – já tinha trazido à tona em maio de 2024, poucos dias após o lançamento do AI Overviews. Em sua participação no podcast The Verge, ele afirmou acreditar que a busca generativa pode até mesmo ajudar a trazer mais tráfego para os sites. Isso porque as páginas linkadas como fontes nos resumos automáticos receberiam um destaque maior.


Para Pichai, “[os AI Overviews] ajudam as pessoas a entenderem, então elas interagem com o conteúdo que está por trás deles. Na verdade, se você conseguir colocar seus conteúdos e links dentro dos AI Overviews, eles vão ter taxas de cliques mais altas do que se estivessem fora da Visão Geral Criada por IA” (tradução livre).


Em resumo, o posicionamento oficial do Google é de que os AI Overviews podem ter impactos positivos para o SEO dos sites. Isso incluiria:


  1. Mais cliques para as páginas que são indicadas como fontes dos resumos generativos;

  2. Cliques de maior qualidade para os sites que aparecem nos rankings de resultados orgânicos. A lógica é de que, uma vez que as demandas por informações objetivas são supridas na própria SERP, os cliques acontecem quando as pessoas têm intenções genuínas de buscar aprofundamento sobre os temas.


A ideia é que a presença dos AI Overviews poderia deixar os cliques “mais valiosos” até para os sites afetados pela queda no CTR médio. É como se os usuários que decidissem acessar o site da sua marca mesmo depois de se depararem com o AIO fossem mais propensos a interagir com os conteúdos e a passar um bom tempo navegando pelo portal.


Como era de se esperar, os contrapontos apresentados pelo Google diante das preocupações da comunidade de SEO tiveram uma recepção controversa. A verdade é que ainda não há dados suficientes para desbancar ou confirmar definitivamente a pertinência dessas afirmações veiculadas pela companhia. Afinal, o potencial da busca generativa ainda está sendo estudado.


Mas uma coisa é certa: tratar o CTR como métrica primária de SEO já não faz tanto sentido. Agora, o número de cliques não diz muita coisa isoladamente. É essencial pensar também na qualidade desses cliques, isto é, no que os acessos têm agregado para os sites e para as marcas.


A Jornada do usuário centrada no Google: desafios e oportunidades


Imagem em IA de um homem sentado com um notebook no colo e uma trilha de imagens de produtos correndo virtualmente aos lados

Um dos efeitos mais profundos que a popularização das IAs trouxe para o universo do SEO tem a ver com a redefinição da jornada do usuário.


Até pouco tempo atrás, a experiência de busca costumava seguir uma sequência de etapas bem conhecida: o usuário digitava uma solicitação na barra de pesquisa, conferia o meta título e a meta descrição dos resultados exibidos e escolhia uma (ou várias) páginas para acessar, caso desejasse verificar mais informações sobre o tema pesquisado.


Com a busca generativa, o caminho que os usuários percorrem até a satisfação de suas intenções de pesquisa é outro. Agora, a jornada começa e se desenvolve de forma diferente: a “curadoria”. Isto é, a tarefa de selecionar e reunir as informações mais relevantes fica por conta da inteligência artificial do buscador.


Pois é, não é à toa que uma das frases de impacto mais utilizadas nos materiais de divulgação inicial do AI Overviews foi o lema “let Google do the searching for you”, ou “deixe o Google fazer a pesquisa por você”.


Em muitos casos, o percurso que o usuário faz para encontrar o que deseja nem chega a sair da SERP: a jornada de busca pode começar e terminar nas páginas de resultados do Google, sem absolutamente nenhum acesso a outros sites.


Afinal, além de exibirem respostas instantâneas e objetivas para o que as pessoas buscam, os resumos generativos também podem trazer links… para outros resumos generativos.


Em um estudo da SE Ranking (feito com base nos dados de 5 estados americanos), 43% das páginas analisadas continham respostas de AI Overviews com hiperlinks que direcionavam os usuários para pesquisas diferentes no Google. É isso aí: as respostas automáticas das SERPs podem apresentar atalhos para outras SERPs.


Nesse cenário, é possível que a jornada de pesquisa se desenvolva no Google de ponta a ponta, com os usuários “pulando” de uma página de resultados para a outra, sem saírem da interface do buscador em momento algum.


Junto com esses desafios, vêm algumas oportunidades. Afinal, a Visão geral criada por IA também costuma exibir links para outros sites da web. E os conteúdos creditados como fontes dos resumos aparecem em destaque, em um espaço ainda mais “chamativo” do que o primeiro lugar do ranking de resultados orgânicos.


Em outras palavras, as páginas escolhidas pelo AI Overviews como referências informacionais podem se beneficiar de novos pontos de descoberta, já que os usuários conseguem chegar até esses conteúdos seguindo os links dos resumos generativos.


Mensuração de SEO no cenário do AI Overview: além dos cliques


Se você trabalha com SEO ou estuda sobre o assunto, provavelmente conhece alguns dos indicadores fundamentais da mensuração de performance, como a taxa de cliques e o tráfego orgânico.


Embora essas métricas nunca tenham perdido a importância, elas ganharam novas dimensões e significados com a chegada dos AI Overviews. As antigas “medidas de ouro”, que costumavam ser os grandes pilares do monitoramento, podem levar a conclusões equivocadas sem uma interpretação atualizada.


Como você está prestes a descobrir, o sucesso das estratégias de otimização na Era das IAs também depende de uma nova abordagem no que diz respeito à avaliação dos resultados.


Por que o "Click" pode ser um tiro no pé para certos conteúdos?


Métricas “clássicas”, como a taxa de cliques e o número de sessões únicas, sempre foram estrelas na análise de performance de conteúdo. 


Acontece que, com a ascensão dos AI Overviews, esse enfoque pode perder o sentido: como você já sabe, o fenômeno Zero-Click está mais intenso do que nunca, o que significa que muitos usuários encontram o que procuram nas próprias SERPs, sem acessar nenhum dos resultados convencionais.


Isso se aplica principalmente às buscas de natureza informacional, como as que envolvem respostas para perguntas diretas (do tipo “o que é marketing digital?”) ou instruções simples.


Nesse cenário, um conteúdo pode ter excelente performance, sendo considerado a melhor resposta pela IA do Google, mas apresentar uma taxa de cliques baixa. Portanto, focar exclusivamente em métricas como o CTR ou o volume de tráfego orgânico direto pode levar a uma interpretação errada do sucesso.


Aliás, a própria ideia de sucesso precisa ser questionada. Pense assim: um conteúdo que é mencionado no AI Overview está cumprindo a função de entregar valor para os usuários mesmo quando não gera tanto tráfego direto. Diante disso, será que uma taxa de cliques limitada é sinônimo de fracasso?


Vale mencionar que tudo isso é muito similar ao que aconteceu com a chegada dos Featured Snippets. O que os AI Overviews fizeram foi ampliar a dimensão desse efeito do fenômeno Zero-click, reforçando a necessidade de revisão das abordagens de monitoramento.


Novas métricas e abordagens para avaliar o desempenho do conteúdo


Esse é o ponto que deixa muita gente na dúvida: “se os antigos parâmetros de mensuração do sucesso já não têm o mesmo peso, como medir a eficácia das estratégias de SEO?”.


A resposta está na mobilização de um conjunto de métricas que devem ser analisadas de maneira integrada nas rotinas de monitoramento. 


Não se trata de esquecer o CTR e o tráfego orgânico direto no fundo da gaveta, mas sim de adotar uma abordagem holística que não trata esses indicadores como pontos de foco.


É essencial que a mensuração inclua aspectos como:


  • Visibilidade e Menções no AI Overview: muitos especialistas consideram que a nova “métrica de ouro” é a frequência de aparições nos resumos generativos. Estar presente no AI Overview nem sempre garante um clique, mas pode impulsionar a visibilidade e a autoridade. Para facilitar esse tipo de análise, algumas ferramentas pagas de SEO já vêm testando funcionalidades que rastreiam as menções ao seu site nas respostas automáticas.


  • Consciência de Marca (Brand Awareness): mesmo sem o clique, exibir o nome da sua marca ou domínio no AI Overview é uma forma poderosa de exposição. O reconhecimento de marca gerado dessa forma pode ser medido com pesquisas de marca (avaliando o volume de buscas diretas pelo nome da empresa, por exemplo), menções sociais e análises de link building. A exposição no AI Overview pode ser o primeiro ponto de contato que leva o usuário a buscar sua marca mais tarde.


  • Engajamento no Site (Qualidade do Tráfego): para os cliques que chegam, as métricas de engajamento se tornam ainda mais importantes. Taxa de rejeição, tempo na página e páginas visitadas por sessão são indicadores cruciais para entender se o tráfego conquistado pelo seu site realmente está mais qualificado.


  • Impacto no Funil de Vendas: o conteúdo de topo de funil (do tipo informacional) pode não gerar cliques imediatos, mas serve como um "alimentador" para o funil de vendas. Ele fortalece a autoridade da marca no mercado, fazendo com que o usuário retorne posteriormente e realize buscas mais específicas, de natureza transacional, abrindo caminho até as páginas que têm a conversão como objetivo primário. Em resumo, a mensuração precisa analisar a jornada completa do usuário, não apenas o primeiro clique.


  • Posicionamento de Tópico/Autoridade Semântica: essa métrica mostra o quanto o seu site conseguiu se estabelecer como autoridade em um tópico ou nicho específico. Se a IA do Google consistentemente seleciona os seus conteúdos para responder às perguntas sobre um determinado tema, é um indicativo de que o seu domínio é visto como uma fonte confiável pelo buscador, independentemente do tráfego direto. Isso é um ativo valioso que pode influenciar bastante no ranqueamento geral do site.


  • ROI do Conteúdo: o retorno sobre o investimento das estratégias de conteúdo não deve ser medido apenas com base no tráfego. É preciso considerar tudo que as campanhas e projetos e conteúdo foram capazes de agregar para o site e para a marca, incluindo leads, assinantes de newsletter, menções de marca e aumento da autoridade.


Acima de tudo, o sucesso precisa estar vinculado às métricas que realmente convertem. Isso pode significar uma venda, a captação de um lead, uma assinatura ou qualquer outra meta traçada de acordo com os objetivos do negócio. Mesmo em um cenário em que a visibilidade e o branding ganham protagonismo, é importante lembrar que toda estratégia de SEO deve, no final das contas, ajudar a mover o usuário em direção à ação.


Estratégias otimizadas para aumentar a visibilidade no Google AI Overview


Por um lado, o Google AI Overview pode abalar algumas noções que sempre fizeram parte do “bê-a-bá do SEO”. Por outro, ele traz novas oportunidades para quem se dedica à missão de acompanhar as transformações nas buscas, o que exige estratégias de SEO pensadas especificamente para o contexto da pesquisa generativa.


A boa notícia é que os princípios fundamentais do SEO continuam valendo, mas com alguns ajustes importantes e mudanças de abordagem. Agora, mais do que nunca, as páginas precisam ser planejadas e criadas para “agradar” aos usuários e às inteligências artificiais ao mesmo tempo. 


Neste contexto, é importante focar o trabalho de otimização em quatro frentes complementares:


Fundamentos de SEO reforçados: a base inegociável


Não se engane: apesar de todas as transformações trazidas pela busca generativa, o “básico bem feito” continua valendo ouro.


As boas práticas de SEO que sempre foram importantes se tornaram ainda mais cruciais. Isso significa que o seu site precisa manter um desempenho excelente em fatores fundamentais como:


  • Experiência do Usuário (UX) agradável e eficiente, com usabilidade intuitiva, arquitetura da informação lógica e jornadas fluidas; 

  • Velocidade de carregamento, tempo de resposta e estabilidade visual. Ou seja, otimização para as Core Web Vitals;

  • Link building de primeira, com foco em backlinks de qualidade, sem esquecer das linkagens internas estratégicas;

  • Estrutura sólida e funcional, sem erros técnicos com bons recursos de segurança.


Além desses pilares técnicos, é fundamental garantir que as páginas estejam corretamente rastreáveis pelos motores de busca. Pode parecer óbvio, mas ainda é comum encontrar páginas com problemas de indexação ou bloqueios desnecessários. Sem rastreabilidade mínima, nem mesmo os melhores conteúdos terão chance de aparecer nos AI Overviews, já que a IA depende da visibilidade e do acesso aos dados estruturados da web para gerar seus resumos.


Conteúdo de alta qualidade e otimização para IA:


A criação de conteúdos úteis, relevantes e verdadeiramente capazes de gerar valor para as pessoas também está entre os fundamentos atemporais do SEO, como o próprio Google ressalta.


Portanto, o objetivo ainda é produzir páginas confiáveis, interessantes e ricas em informações. Ou seja, materiais que ajudem os usuários a atingirem seus objetivos. 


Mas também é importante adaptar um pouco a abordagem de criação para se adaptar a um modelo mais "answer-first", que responda às perguntas mais relevantes de forma completa e direta, além de antecipar possíveis dúvidas e oferecer informações aprofundadas sobre o tema.


Clareza, concisão e autoridade precisam ser ainda mais priorizadas no processo de criação!


Lembre-se: o conteúdo deve ser feito de uma forma que ajude a IA a entender rapidamente as informações e "confiar" nelas. Pode investir em títulos e subtítulos claros, parágrafos curtos e diretos, tom de voz estratégico e linguagem acessível.


Dados Estruturados (Schema Markup): facilitando o entendimento da IA


Imagem em IA de um computador retro mostrando um código html e várias folhas de papel com esquemas impressos ao redor

O uso das marcações de dados estruturados (Schema Markup) continua sendo uma ferramenta poderosa para otimizar a comunicação com os motores de busca. 


Em um cenário no qual a IA precisa entender o contexto dos conteúdos com o máximo de eficiência possível, essas marcações atuam quase como tradutoras. Ao implementar os dados estruturados nas suas páginas, você não só facilita a vida dos Googlebots, mas também aumenta a probabilidade de o seu conteúdo ser selecionado para os resumos generativos.


Para os AI Overviews, alguns tipos de Schema Markup são particularmente úteis. É o caso de:

  • QAPage: para páginas que envolvem conteúdos do tipo “perguntas e respostas”.

  • HowTo: para tutoriais, sequências de instruções e guias passo a passo.

  • Article: para artigos de blog e notícias.

  • Product e Review: para páginas de produtos e avaliações.


Construindo autoridade e presença digital abrangente


Para ser “notado” pela IA, seu site precisa mostrar sinais de autoridade, e isso vai além dos conteúdos das páginas. 


Aqui, o conceito de E-E-A-T (Experience, Expertise, Authoritativeness, Trustworthiness) ganha ainda mais força. Conteúdos com base em vivências práticas têm mais chances de destaque, assim como um repertório que demonstra experiência e confiabilidade.


Por isso, invista em conteúdos especializados que reforcem esses pilares, mas não se esqueça de apostar também nos sinais sociais que fortalecem a imagem da sua marca. Trabalhe a presença em comunidades, redes sociais e fóruns, participe de discussões relevantes, incentive menções espontâneas, estimule a criação de UGC (user generated content, ou “conteúdo gerado pelos usuários”) etc.


Monitorando o desempenho no cenário do AI Overview


Mas e no que diz respeito às ferramentas? Quais funcionalidades e plataformas podem ser usadas para monitorar a presença dos sites no AI Overviews?


Bem,o Google Search Console começou a sinalizar algumas aparições em resultados gerados por IA, mas os dados ainda são limitados: os números não são “filtráveis”, ou seja, não podem ser separados de outras informações sobre o desempenho nas SERPs. 


Ferramentas pagas, como Semrush e Ahrefs, já começam a oferecer funcionalidades focadas nos AI Overviews, incluindo relatórios que mostram de onde o conteúdo foi extraído e a frequência de aparição. Mas vale mencionar que muitos desses recursos ainda estão em estágio de teste.


Enquanto isso, vale apostar no monitoramento “artesanal” dos resultados: análises manuais das SERPs são boas pedidas para observar como suas páginas aparecem para termos estratégicos, e se estão ou não sendo integradas ao AI Overview.


Navegando na era da busca generativa 


Ao contrário do que dizem algumas afirmações que vêm ganhando espaço na web, os AI Overviews não vieram para “acabar com o SEO”. Mas eles devem redefinir várias noções fundamentais para o universo da otimização.


A mentalidade focada apenas em palavras-chave e ranqueamento tem se tornado obsoleta. Agora, a jornada de aprimoramento dos sites precisa se concentrar em um novo paradigma, girando em torno da autoridade e da experiência. Muita gente tem falado até em “GEO” – Generative Engine Optimization, como uma forma de batizar as novas abordagens centradas na pesquisa impulsionada por IA.


As novas regras do jogo não têm tanto a ver com a quantidade de cliques, mas com o potencial de valor desses acessos e, mais importante, com o reconhecimento de marca e o fortalecimento de uma presença digital integrada. O seu site precisa ser visto como uma fonte confiável de informação, mesmo quando o usuário não clica. 


E a gente pode te ajudar com isso. Com a consultoria de SEO da Wesearch, você ganha acesso a estratégias personalizadas, conteúdos otimizados, auditorias de SEO técnico, reports regulares e todo o apoio especializado que o seu site precisa para crescer na Era das IAs. Para saber mais, é só entrar em contato com o nosso time!

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